Quarta-feira, 10 de Março de 2010

(35) Saudade...

 

Saudade …

Por todas as vezes que partiste

E tardaste em voltar.

Por todas as vezes que te vi chorar

E nunca me explicaste a razão.

Saudade …

Do sempre que te vi só

E não fui capaz de te amparar.

Do sempre que me abraças-te

E o teu abraço foi mais forte que o meu.

Saudade …

Porque me crias-te

E não me fiz como querias

Porque a terra não te merece

E o teu lugar é junto de mim

… Ó eterna saudade

Porque agora partiste de vez

E não mais volto a ver-te, mãe.

 

Cintia Lunai

 

publicado por poesiaemrede às 00:38
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(34) A Vida...

A vida…

A vida é uma ilusão, feita de momentos

É uma experiência louca, sem o resultado

É um sonho sonhado, sem imaginação

É o todo e o nada, sem o miolo

É a alegria e a tristeza, sem o pensamento

É o sol e a lua, sem o universo

É o caos e a existência, sem o tempo

É a noite e o dia, sem a madrugada

É a musica e a letra, sem o compasso

É o papel e a caneta, sem a tinta

É a forma e a arte, sem o olhar do criador

E é a morte …

… A morte do filho, sem a vida do pai

A morte que vem em vida, só para contradizer.

É assim a vida, cheia de momentos e contradições

Momentos que se contra pensam

Que se contradizem

E que o poeta contra escreve.

 

 Nelson Sebastião

 

publicado por poesiaemrede às 00:27
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Sexta-feira, 5 de Março de 2010

(33) O meu olhar descansa

O meu olhar descansa 

 

Das muralhas do meu castelo vejo a imensidão do horizonte

Como é grande o meu caminho que na minha mente faço sozinho

O silêncio que não oiço e que não procuro me envolve

E no ar consigo procurar o cheiro da chuva que paira longe

 

Viajo no meu sonho que aparentemente é sempre escuro

As luzes que o completam estão ao longe no horizonte

Consigo ver para lá delas, não nos meus mortais olhos

Mas no branco sonho do meu coração

 

Onde um sorriso vale uma vida e uma lágrima um mundo

Onde a paixão é vermelha e o amor é azul

Onde o sol ilumina o verde do chão pisado

Onde a chuva acaba num arco-íris

 

Cruzaram se os caminhos, venceram se os muros

Perseguimos um ritmo que acabamos por perder

Somos génios mas agimos de olhos fechados

Somos livres mas sentimos o espaço da nossa prisão

 

As gotas caiem no meu rosto e fazem a minha mente voltar

Ao meu castelo, onde a chuva cai mas é noite, onde não há cor 

O vento por vezes não traz boas notícias, e os sorrisos são pequenos

As vontades cinzentas e os corações moribundos

 

Será minha vontade suficiente para colorir tudo que meus olhos vêem

Serão meus braços porto seguro de um quebra-gelo

Serão meus ouvidos capazes de não ouvir a saudade

Pois as minhas palavras são meu sentido, são parte de mim

 

13/10/09

publicado por poesiaemrede às 00:39
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Quarta-feira, 3 de Março de 2010

(32) Os dias a passar

Os dias a passar

 

Parecia uma vela de um barco sonhado algures no meu peito e,

Se esse barco espero para apanhar um barco que me leve,

O barco navega e eu acordo do meu sonho.

 

O barco não tem vela e ninguém lhe diz para onde ir

E ele quer saber e vem ter comigo e é então que eu lhe digo que o que interessa é ir,

Mas ele não se dá por achado e fica à espera, até que vem o comandante e diz: Vamos em frente!

 

O barco vai com o comandante e quase fico em terra, mas à última hora atiro-me com força para dentro do barco e lá vou eu no meu sonho.

 

Quando acordo ainda tenho a cabeça à roda do voltear das ondas

Desapareceu o barco, desapareceu a vela, o comandante, o mar…

 

Mas fico noutro mar, no mar dos dias a passar.

 

 

Maria Albina Martinho

publicado por poesiaemrede às 00:24
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